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O Projeto em Camadas

Como forma de compreender melhor o projeto e suas condicionantes, foram feitos esquemas explicativos que explanam, de forma simplificada, os usos, os fluxos, o partido, a iluminação e a vegetação propostas.

Uso e Ocupação

As modificações de uso propostas visam melhorar a integração entre os espaços criados de forma a promover uma maior continuação e permeabilidade entre eles. A primeira mudança é a transformação da Estação em MUSEU, uma proposta da Prefeitura. Para tanto, as atividades ali desenvolvidas hoje seriam realocadas para o pátio: uma loja de artesanatos e souvenir e um varejo de queijos. Além disso, a mudança mais significante consiste em transformar a área da antiga Vila da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) em edificações de uso público. Toda a área da ferrovia e suas edificações adjacentes são de propriedade da União, uma vez que pertenciam à extinta RFFSA, no total existem 21 edificações em Passa Quatro que pertenciam à Rede. As três estações do município e o galpão ferroviário estão sob guarda da Prefeitura, porém são operados pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), responsável pelo passeio turístico do Trem da Mantiqueira. Todas as famílias que moram nas outras edificações da Rede estão em situação irregular, pois a propriedade ainda é da União, e  como qualquer bem da extinta RFFSA não estão sujeitos a usucapião. Dessa forma, as famílias que ali se encontram podem ser realocadas em moradias de programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida. 

 

Assim, os usos das edificações do pátio foram rearrajados. A edificação 5 serviria de administração e ponto de suporte para as atividades que se desenvolveriam no pátio. Nela ficariam os equipamentos para serem utilizados em eventos e cadeiras móveis para serem emprestadas e utilizadas no dia-a-dia. As edificações 8 abrigariam o Museu de Maquetes, que já existe no local. Atualmente ele funciona em duas edificações e em anexos construídos no terreno. Assim, ao ceder outras edificações ao Museu, proporcionando a expansão deste, possibilita-se a demolição dos anexos, restaurando a unidade espacial da vila e promovendo a continuidade espacial entre as áreas. A edificação 6 seria um café e uma loja souvenir, realocada da Estação para cá, que serviria como apoio para o museu, assim como um dos pontos de convergência de pessoas. A edificação 7 seria o varejo de queijos, também realocado da estação para o pátio. Vale dizer que essas duas últimas edificações ainda propiciariam novas possibilidades de apropriação para a área da feira aos domingos.

Usos Atuais
Usos Propostos
Fluxos Atuais
Fluxos Propostos

Esquema Viários e Fluxos

 No projeto procurou-se valorizar o pedestre e a paisagem histórica. Por esse motivo algumas áreas que eram utilizadas como estacionamentos foram transformadas em áreas peatonais. Com o intuito de diminuir o conflito entre pedestres e veículos na Praça da Estação, uma área praticamente tomada pelos carros, ônibus e caminhões, foi proposto um estacionamento, que bordeia a Linha Férrea, já que nesta praça existe um supermercado e uma loja de móveis. Quanto a carga e descarga foi proposto uma delimitação com balizadores móveis que seriam rebaixados quando houvesse necessidade, poderia ser usado também por clientes do supermercado. Além disso, os estacionamento ao longo das ruas próximas podem suprir a demanda.

A única via fechada para automóveis, dentro do Recorte 3, foi a via de conexão ( Rua Dr. Ismael de Sousa) que liga a escadaria da igreja (Rua Tenente Viotti) a estação ferroviária (Rua Arlindo Luz). Por entender que esta é num eixo visual importante e de conexão entre essas ruas, optou-se por deixá-la livre, sem qualquer mobiliário. 

Na Rua Direita (Tenente Viotti), assim como na Avenida, foram propostas as extensões das calçadas, ou seja, prolongamentos que ocupam algumas vagas de estacionamentos pontuais para facilitar o cruzamento das vias e promover o uso do espaço pelas pessoas. Fora dessas áreas é possível estacionar ao longo de toda a Rua Direita.

Diretrizes e Partido

As diretrizes gerais que nortearam o desenho da área vieram daquelas apontadas no Recorte 2 com os três eixos longitudinais e seus percursos: o Rio, a Rua e a Linha Férrea. A área do pátio ferroviário foi aquela que sofreu maior alteração em relação a configuração existente. Antes, a antiga vila da RFFSA formava um entrave de espaço privado numa área pública, prejudicando o deslocamento entre a Avenida e a Rua Arlindo Luz. Ao transformar essa área em pública, com novos usos, os fluxos tornaram-se mais fluidos. Uma outra alteração foi a abertura do muro norte da Estação, muro este que bordeia a Praça e a plataforma de embarque. O muro, que abrigava uma espécie de jardim, foi incorporado ao calçadão adjacente. Com isso possibilitou-se a chegada da travessia da linha diretamente na Praça e não fora dela, como ocorre atualmente. 

No que se refere a travessia sul, esta foi mantida no mesmo local. Como todo pátio de manobra havia vários trilhos que o cortavam, com o desuso da ferrovia a maior parte desses trilhos foram retirados há algum tempo, mantendo-se somente aqueles utilizados hoje para a manobra da Maria Fumaça. Porém, resgatando imagens antigas e observando a configuração das casas da Vila e do limite do pavimento do pátio, foi possível resgatar os percursos dos trens. Assim, os locais onde antes havia trilhos passaram a conformar os novos fluxos e limites dos pavimentos, enaltecendo ainda mais os novos eixos criados. 

Vegetação

A vegetação no projeto foi escolhida em função da zona onde se encontra e das necessidades do local, sempre procurando manter a

existente. Na borda do rio e no interior das quadras se preza pela recuperação dessas áreas com vegetação nativa, com árvores de portes variados, para formar um sub-bosque bem desenvolvido, que protegerá o solo em ocasiões de chuvas fortes e cheias. No que se refere ao interior das quadras, foi pensado numa parceria com a Prefeitura para incentivar o reflorestamento dessas áreas pelos moradores, com a finalidade de desenvolver sistemas agroflorestais, nos quais se conjuga a floresta com produção agrícola, os produtos advindos dessa parceria poderiam ser vendidos nas feiras, assim como abastecer escolas, asilos e outras entidades públicas.

Ao longo das vias, como a Tenente Viotti e a Avenida se pautou pelo uso de vegetação de pequeno e médio porte. Procurou-se associar o uso da vegetação ao projeto de iluminação, onde estão os postes de 10m, têm-se árvores de porte menor, enquanto associadas a poste menores de 4m estão as árvores de médio porte. 

Em áreas mais amplas como as do pátio ferroviário e da antiga vila dos ferroviários, foram utilizadas árvores de médio e grande porte, de forma a não atrapalhar os eixos visuais, a fim de promover maior área de sombreamento e sustentar a cobertura de estrutura tensionada da área da feira. Decidiu-se por fazer um balanceamento entre as áreas, de forma que o pátio em si fosse mais pavimentado, devido ao seu uso, em relação a área da vila, onde há uma arborização mais intensa. As árvores da vila seriam frutíferas para possibilitar uma maior interação das pessoas com a natureza.

A vegetação arbustiva e herbácea foi utilizada principalmente ao longo dos caminhos e nas floreiras.

Algumas árvores do projeto foram especificamente determinadas, principalmente os ipês. Na área do deque sobre o rio, são ipês roxos. Na área marcando o desenho do piso do pátio, são ipês amarelos que todos os anos colorem a paisagem do município, entre os meses de setembro e outubro. Eles despontam nos morros dos arredores da área urbana, e se espalham pelas ruas e praças da cidade, pintando de amarelo o imenso azul do céu dessa época. 

Foram isugeridas algumas espécies de árvores para serem utilizadas no projeto:

Pequeno Porte (até 5 metros):

Mulungu | Erythrina speciosa

Pitangueira | Eugenia uniflora

Araçá | Psidium cattleianum

Manacá-da-serra | Tibouchina mutabilis

Canudo-de-pito | Senna bicapsularis

 

Médio Porte (5 a 12 metros):

Jabuticabeira | Plinia grandifolia

Canafístula | Senna spectabilis

Quaresmeira | Tibouchina granulosa

Cássia imperial | Cassia ferruginea

Ipê Amarelo | Tabebuia spp 

 

Grande Porte (maior que 12 metros):

 

Pau-ferro | Caesalpinia leiostachya

Sibipiruna | Caesalpinia peltophoroides

Ipê-roxo | Tabebuia avellanedae

Alecrim-de-Campinas| Holocalix glaziovii

Caroba | Jacaranda brasiliana

Paineira-rosa| Ceina boliviana

Vegetação
Tipos de Vegetação

Iluminação

Para as vias, postes de 10m em um único lado, como há atualmente, pois dessa forma tem-se uma boa iluminação global, porém propõe-se que ao longo da Tenente Viotti a fiação seja enterrada, gerando menor impacto visual.

Para a Rua do Beco do Barroso, a proposta é que os postes sejam de 4m, para dar uma maior sensação de acolhimento.

A iluminação do pátio se resume ao uso do postes de 4m, associados a pontos de luz no piso. Como diretriz, todas as edificações históricas do recorte, principalmente as públicas, deveriam ser iluminadas, com arandelas ou holofotes, destacando-as do entorno.

Na Rua de conexão, que liga a Tenente Viotti à Arlindo Luz utilizou-se a iluminação no meio fio, como forma de delimitar o percurso e valorizar o eixo visual e a pavimentação histórica, e arandelas nas edificações para a iluminação geral.

1. Supermercado

2. Bar Napoleão

3. Cinema

4. Museu Municipal

5. Administração 

6. Café

7. Varejo de Queijos

8. Museu de Maquetes

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Nos mapas abaixo há botões interativos que levam à informações adicionais.

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