As 4 zonas e suas identidades
Foi possível individualizar, dentro do recorte, quatro zonas diferentes pelas suas características de uso e ocupação ou de apropriação. A primeira zona corresponde à borda do rio, que atualmente está de costas para a rua e não é apropriada pelas pessoas. Com as mudanças propostas: o caminho que bordeia a margem, o deque que extende a rua em direção a água, procura-se aumentar a interação das pessoas com o rio e, portanto, com o meio ambiente.
A segunda zona é representada pela Rua do Beco do Barroso, consiste numa área estritamente residencial na qual há uma forte interação entre os moradores e deles com a Rua. As modificações propostas, tais como a praça no final da rua, as áreas de transição entre público e privado e as extensões da calçada visam aumentar essas interações e oferecer espaços para que essas manifestações em comunidade ocorram.
A terceira zona corresponde ao pátio ferroviário, um espaço multiuso, local onde ocorrem alguns dos eventos da cidade, mas que no dia-a-dia se constitui num espaço árido que não propicia a apropriação pelos moradores. Na concepção projetual, pautou-se por manter esse lugar como o local de eventos da cidade, onde se realizam as feiras aos domingos, o Passa Quatro Gourmet, a Festa da Santa Casa entre outros eventos. Procurou-se, também, criar um espaço passível de apropriação cotidiana, com sombreamento e ambientes de estar, que valorizasse o entorno histórico e natural.
A quarta zona é o centro dentro do centro, o coração de Passa Quatro, onde ocorrem a maior parte das atividades de comércio e serviços. Compreende a Rua Tenente Viotti (Rua Direita) e a Rua Arlindo Luz (rua da Estação Central). Neste core urbano, o movimento é muito intenso, no cotidiano e nas festividades, ao longo do dia ou da noite. É onde se realizam as festas sagradas e as profanas: as procissões católicas, a Festa de Ano Novo e o Carnaval. Como diretriz, procurou-se priorizar o pedestre nessa zona. Por isso restringiu-se ao máximo a circulação de automóvel nessa zona, pois assim, além de valorizar o transeunte valorizam-se também as edificações históricas e os eixos visuais existentes. A proposta das biovalas ou jardins de chuva para a Rua Direita remete ao visual desta rua no passado, no qual toda ela era delimitada por arbustos, conferindo-lhe uma ambiência muito mais agradável ao percorre-la. As extensões da calçada também partem do principio de valorização do pedestre, promovendo maior apropriação e uso do espaço pelos bares e cafés ao longo dessa via.